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14 de abril de 2010

LIÇÃO 03 - ANUNCIANDO OUSADAMENTE A PALAVRA DE DEUS

INTRODUÇÃO

Devido a situação moral e espiritual de Judá nos dias de Jeremias, era necessário o profeta ser enérgico e ousado em suas palavras; pois os pecados da nação eram muito graves (Jr 7.5,6,9,30,31). O profeta Jeremias sabia que o juízo já estava determinado e que somente uma mudança radical do povo judeu poderia livrá-los do castigo iminente. Nesta lição, aprendemos que, tal qual o profeta Jeremias, vivemos em dias de grande pecado e apostasia.

Por isso, a nossa mensagem deve ser ousada, para podermos denunciar o pecado e conduzir o pecador ao arrependimento.

I - JEREMIAS É CHAMADO PARA PREGAR NA PORTA DO TEMPLO

1.1 O Local da Porta. Esta porta ficava situada no muro que separava o pátio externo do pátio interno do Templo.

Provavelmente, é chamada de “Porta Nova”: “E, ouvindo os príncipes de Judá estas palavras, subiram da casa do rei à Casa do SENHOR e se assentaram à entrada da Porta Nova da Casa do SENHOR“ (Jr. 26. 10, 11). Por ela, todos os de Judá passavam para adorar: “…. vós os que entrais por estas portas, para adorardes ao SENHOR.” (Jr. 2. 7).

Neste local, o profeta seria ouvido tanto pelo povo como pelos sacerdotes da Casa do Senhor.

1.2 A situação espiritual dos que entravam pela Porta do Templo:

Desprezavam a verdadeira Palavra de Deus. “Não vos fieis em palavras falsas, dizendo: Templo do SENHOR, templo do SENHOR, templo do SENHOR.” (Jr. 7. 4). Esta era a mensagem proferida pelos falsos profetas, que diziam que Deus não destruiria Jerusalém simplesmente porque ali estava o Templo do Senhor.

Eram idólatras. “Porquanto me deixaram, e profanaram este lugar, e nele queimaram incenso a outros deuses, que nunca conheceram, nem eles, nem seus pais, nem os reis de Judá; e encheram este lugar de sangue de inocentes.” (Jr. 19. 4). O diagnóstico que a Bíblia nos mostra neste versículo deixa claro que o povo judeu estava completamente desviado do Senhor.

Provocavam a ira de Deus. “Acaso é a mim que eles provocam à ira, diz o SENHOR, e não antes a si mesmos, para confusão dos seus rostos.” (Jr. 7. 19)

II - A MENSAGEM DE JEREMIAS

Podemos enumerar, pelo menos três características da mensagem de Jeremias. Vejamos:

2.1 Era inclusiva. A mensagem proferida pelo profeta Jeremias aos habitantes de Judá era inclusiva, ou seja, abrangente; pois, destinava-se a toda a nação: “Põe-te à porta da casa do Senhor, e proclama ali esta palavra, e dize: Ouvi a palavra do Senhor, todos de Judá, os que entrais por estas portas, para adorardes ao Senhor” (Jr. 7.2).

2.2 Era Repreensiva. O profeta Jeremias repreendeu duramente os graves pecados do povo: “Porventura furtareis, e matareis, e adulterareis, e jurareis falsamente, e queimareis incenso a Baal, e andareis após outros deuses que não conhecestes.” (Jr. 7. 9). Ainda no mesmo capítulo, encontramos uma terrível idolatria: “…. no vale do filho de Hinom para queimarem no fogo a seus filhos e a suas filhas, o que nunca ordenei, nem me subiu ao coração.” (Jr 7.31). Devido a isto, Deus promete lançá-los fora de Judá. (Jr. 7. 15).

2.3 Era conscientizadora da necessidade de arrependimento. A mensagem de Deus para o povo era dura; mas, se houvesse uma mudança radical no caráter dos judeus, o Senhor mudaria o terrível castigo e firmaria o povo na sua terra. “Mas, se deveras melhorardes os vossos caminhos … os fareis habitar neste lugar.” (Jr. 7. 5,7). Como é grande a misericórdia de Deus !!

III - JEREMIAS COMBATE A TEOLOGIA DO TEMPLO

O Templo do Senhor, naquele momento, era visto como um talismã (objeto da sorte) pelo povo judeu, e não mais como um lugar de adoração ao Deus vivo. Pensava o povo que o simples fato de Jerusalém sediar os átrios sagrados, impediria Deus decretar os seus juízos contra os pecados ali cometidos.

As palavras proferidas pelos falsos profetas: “Este é o Templo do Senhor” (Jr. 7. 4), estavam corretas; porém, as intenções eram erradas. Serviam para dar uma falsa segurança de que Deus não ficaria contra o pecado, e além disso, promoviam uma apostasia generalizada entre o povo. Nas palavras de Jeremias, o compromisso de Deus não era com a estrutura do templo, mas sim com aqueles que guardavam a sua palavra (Jr. 7. 4, 5). Podemos extrair duas grandes verdades desta situação em estudo:

3.1 O crente como templo de Deus. Quando o crente se transforma no santuário de Deus, o Senhor habita nele:

“Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo” (I Co 3.16,17).

3.2 O crente como edifício de Deus. “Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus.” (I Co 3:9). A palavra em destaque “edifício” fala-nos de construção, obra. Este é o verdadeiro santuário onde Deus quer habitar. Enquanto o crente for casa de Deus, templo e edifício, com certeza, o Senhor o protegerá de todos os males.

IV - A LIÇÃO DE SILÓ

” Mas ide agora ao meu lugar, que estava em Siló, onde, ao princípio, fiz habitar o meu nome, e vede o que lhe fiz, por causa da maldade do meu povo Israel.” (Jr 7.12).

Siló era uma cidade situada ao norte de Betel (Jz. 21.19), onde os filhos de Israel, sob o comando de Josué, armaram a tenda da congregação (Js. 18.1). Durante os primeiros anos do profeta Samuel, o Tabernáculo estava ali situado (1 Sm 1.24). Estava tão bem firmado naquela localidade que a Bíblia registra os termos: “O Pilar do Templo” (1 Sm 1.9) e “as Portas da Casa do Senhor” (1 Sm 3. 15). Lembrando que o Templo com a sua estrutura imponente só seria construído por Salomão muitos anos depois. Mas as Escrituras Sagradas usaram o termo “Templo” para o Tabernáculo em Siló, em virtude deste local se firmar como um lugar de adoração.

Através do profeta Jeremias, Deus lembra ao povo judeu o que aconteceu quando a arca da aliança foi retirada de Siló (I Sm 4:3) e usada como talismã. O resultado foi perder a batalha. Esta afirmação deve ter soado como heresia aos ouvintes do profeta Jeremias; pois, se Sião é a habitação de Deus (Sl. 132. 13) nenhum mal poderá acontecer. Desta forma, a cidade e o Templo tornaram-se para os judeus desviados da verdadeira adoração um “amuleto da sorte” que impediria qualquer tragédia.

Ao mencionar o trágico evento em Siló, quando os judeus perderam a arca da aliança, o profeta Jeremias estava dizendo que:

A fidelidade e a santidade diante Deus são imprescindíveis para sermos vitoriosos no Senhor; O nosso principal compromisso é com o Deus do Templo; Deus não depende de um lugar específico para receber a nossa adoração.

É muito perigoso quando transformamos os nossos feitos e realizações na obra de Deus em monumentos espirituais ou trunfos, como se isso fosse conseguido somente com o nosso esforço. E é pior quando estas coisas são usadas para esconder nossos erros e justificar uma vida cristã descompromissada da santidade exigida por Deus.

CONCLUSÃO

A ousadia do profeta Jeremias, para entregar a mensagem de Deus aos judeus, mostrou-nos duas realidades: o castigo que o Senhor Deus aplicaria naquele povo, devido aos seus gravíssimos pecados, já estava determinado. Por isso, a necessidade de ir para a porta do Templo; pois ali, ele seria ouvido tanto pelo povo quanto pelos sacerdotes. A outra realidade: se o povo se arrependesse de seus pecados e voltasse para Deus, o castigo seria anulado. (Jr. 18. 7-10). Na ousadia do profeta Jeremias, vemos a grande misericórdia de Deus. Amém!!

REFERÊNCIAS

•Bíblia de Aplicação Pessoal - C.P.A.D.
•Jeremias e Lamentações - Introdução e comentário - R. K. Harrison. Editora Vida Nova.

Fonte: EBD Web

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